sábado, 11 de julho de 2015

A importância dos sintomas. O inverno e a harmonização da energia(Qi) dos Rins. Parte 3.





Você sabe o que é ter um corpo em equilíbrio, em harmonia? Pela imagem acima, você consegue observar as diferenças principais que ocorrem nas articulações de um corpo assimétrico (em desarmonia)?
No post anterior, citei qual a importância entre o equilíbrio fisiológico do organismo (o que chamamos de equilíbrio Yin e Yang). Essa visão oriental, para muitos, é de difícil compreensão,  assim,  resolvi ilustrar de uma forma resumida e simplificada,  dentro da visão   ocidental, falando através do esqueleto humano.
Observe como é o esqueleto em equilíbrio (harmônico), representado pela figura  à sua direita (traços em verde). Você consegue notar que todas as estruturas (lado direito e esquerdo), parte superior e inferior se comunicam perfeitamente? Ao contrário, a figura  à sua esquerda (traços em vermelho) retrata um esqueleto em desequilíbrio. Veja como são as estruturas entre os dois lados, inclinações mais acentuadas de um lado que o outro, um joelho mais interiorizado que o outro,   há uma distorção,  consequentemente, um dos lados  está  sendo sobrecarregado, já que “trabalha”  mais que o outro, as consequências: bursites, tendinites, contraturas musculares, artroses,   abaulamentos vertebrais, hérnias de disco,  esses desequilíbrios geram    sintomas(dores, queimações, formigamentos, sensação de frio ou calor, diminuição ou aumento de sensibilidade, diminuição de força muscular, câimbras, etc).


Considerando agora o princípio yin e yang e os 5 elementos, duas teorias importantes da Medicina Tradicional Chinesa, observe: é como se a figura demonstrasse  equilíbrio  entre eles, um gerando o outro, um controlando o outro em perfeita sintonia. Se há harmonia entre eles, consequentemente há um sistema orgânico (“esqueleto”)  em equilíbrio.
Agora imagine que em um determinado momento de sua vida ocorre um desequilíbrio no elemento Água (esse elemento está relacionado a energia(Qi) dos  Rins e Bexiga, ao sentimento do Medo, a temperatura fria  e ao inverno,  ao sabor salgado).  Em função disso, você começa a apresentar alguns dos seguintes sintomas: sensibilidade e fraqueza nas articulações, dor e frieza  na região lombar e  dos joelhos, urinação frequente, gotejamento de urina após a micção,  dor queimante na uretra, fluxo fraco, intolerância ao frio, respiração ofegante, calafrios, palidez, edema de membros inferiores, vertigem, sensação de febre na palma das mãos e solas dos pés, entre outros.
No caso do esqueleto  caso não façamos uma correção  postural, a postura errada irá cronificar e, a longo prazo, teremos vários problemas estruturais, podendo iniciar com uma leva tendinite de ombro, passando para um bursite, evoluindo para um rompimento de tendão e, por compensação, desenvolver alterações a distância; bursite de quadril, desgaste de cartilagem de joelho, hérnia de disco lombar.  Fazendo uma comparação simples, no caso de desequilíbrio no elemento água, podemos iniciar com alterações leves na função do Rim e Bexiga e, gradativamente, evoluirmos para desequilíbrios nos elementos Madeira, Fogo, Terra e Metal, com outros sintomas relativos a esses outros elementos: enxaqueca, ansiedade, insônia, gastralgias, edemas de perna, e, em estados mais graves, instalações de doenças.




O medo é o sentimento que enfraquece a energia(Qi) do elemento Água, esse elemento está relacionado a força de vontade e a coragem, se o medo é persistente, e você não consegue superá-lo trará, como consequência, uma diminuição da força de vontade, apatia, ficará sem energia para enfrentar os desafios da vida e, com isso, poderá enfraquecer a  energia de Madeira,  que tem como ponto forte a capacidade de planejar e decidir.  
Simplificando, podemos dizer que desequilíbrios do elemento Água, tanto na função, como no próprio órgão ou  no sentimento correspondente, podem desencadear outros desequilíbrios no ciclo dos 5 elementos.

E como tratar/evitar e/ou prevenir esses desequilíbrios? Temos várias formas de fazer isso,  a primeira coisa e a mais importante é detectar qual a causa desses desequilíbrios para, então, optar pela técnica que favorecerá a harmonização; acupuntura, moxaterapia, dietoterapia, fitoterapia,  harmonização dos chacras, reiki, massoterapia, florais de Bach, etc.
Entender esse mecanismo se torna importante no processo de tratamento, tanto pelo terapeuta como pelo paciente, pois a colaboração desse último é fundamental, já que pequenas mudanças diárias promovem uma reabilitação mais eficiente.

Mudanças que podem ajudar a harmonização do Qi do Rim e Bexiga no inverno.

A visão da dietoterapia chinesa considera que cada órgão tem uma forma específica de se equilibrar, e o sabor do alimento é uma das formas de promover esse equilíbrio.
Conforme citamos, o sabor salgado corresponde a energia do elemento Água(Rim e Bexiga), e é o tonificante natural da energia desse. Não podemos confundir sabor salgado com o sal, propriamente dito. Sabemos  que a ingestão de sal exageradamente não é recomendado, pois prejudica a função renal, causa hipertensão, retenção de líquidos.
O sabor salgado   pode ser encontrado nas algas, caranguejo, mexilhões, marisco do mar, os peixes de carne branca, porco, missô, polvo.

Algumas  ervas e temperos podem dar um sabor todo especial ao alimento, e podem substituir o sal, entre eles; alho e cebola, alecrim, cominho, louro, pimenta da Jamaica, sálvia, manjericão, salsa, coentro, hortelã e menta, orégano, tomilho, açafrão, gengibre.

 Manter-se aquecido no inverno.
Não é só fora de casa que devemos nos aquecer, dentro de casa, mesmo que não pareça, sempre há uma janela entreaberta, uma fresta que permite que o vento entre, alguns cuidados simples como manter uma manta no sofá, cobrindo-se ao ler um livro ou para assistir TV, dormir com os pés bem aquecidos, fechar as janelas,  evitar sair paras estender as toalhas  ao vento ou frio logo após o banho quente, evitar pisar descalço em piso frio,  ingerir chás e sopas, tudo isso pode ser uma fonte de prevenção para evitar as chamadas doenças de inverno.
Ao sair, procure usar roupas leves,  por baixo das roupas mais pesadas, como uma segunda pele, essas roupas fazem contato direto com o corpo permitindo que a temperatura corporal não se altere tanto. Cachecol,  luvas, meias grossas, toca, são recomendações para dias mais frios.  Evite usar calçados abertos, sapatilhas leves, pois os pés ficam expostos a “friagem” externa e, como já vimos nos outros post, o trajeto do meridiano é muito importante na questão dos sintomas.


A questão da energia do elemento àgua e o sentimento do medo. Terapia com florais de Bach.

Os Florais de Bach são essências extraídas de flores específicas que tem como objetivo transformar estados mentais e emocionais negativos em positivos,   Dr Bach chamou de “lei dos Opostos”, ou seja, para cada emoção ou estado mental negativo como: tristeza, depressão, medo, pânico, etc, existem essências florais que trazem virtudes opostas e positivas, como: alegria de viver, coragem, tranquilidade, autoconfiança, proporcionando equilíbrio físico, mental e emocional.

Alguns desses florais trabalham a emoção negativa do medo; mimulus, rock rose, aspen,  o floral ajudará a revelar a coragem tranquila e a força escondida em cada um de nós, de modo a enfrentar as provações da vida diária.

Você pode encontrar maiores informações no blog do grupo ser natural: http://gruposernatural.blogspot.com.br/2011/10/o-medo-o-medo-e-um-misterio-para-toda.html

Espero ter contribuido para que seu inverno seja mais aquecido,  você é peça fundamental para que isso aconteça.

Descançar é preciso, interiorizar também, aproveite essa estação para refletir sobre isso. Are a sua “terra”, prepare o seu “solo”, plante boas “sementes”, que, certamente,  a colheita será próspera.

Até a próxima.

Por Mirian Ilda da Silva


quinta-feira, 9 de julho de 2015

A importância dos sintomas. Prevalência das dores articulares e a sua relação com o inverno. Parte 2



  
Quando nos referimos as  doenças que prevalecem no inverno, pensamos logo nos vírus da gripe e inflamações das vias respiratórias. Mas, na prática clínica, existem outros problemas que aparecem com muita frequência no inverno e, muitas vezes,  nem associamos uma coisa com a outra; por exemplo,   ouço muitas queixas de pacientes  dizendo: eu estava tão bem, foi só mudar o tempo que as minhas dores pioraram. Normalmente dores articulares; joelhos, tornozelos, coluna lombar.
Na anamnese de rotina(avaliação) muitas vezes deparamos com  laudos que relatam existência de alterações estruturais: hérnia de disco, abaulamentos de vértebra,  estenose de coluna, espondilolistese, osteófitos(bicos de papagaio), artrose de joelho, e mesmo as alterações posturais, causadas por desequilíbrios musculares, que acabam por desencadear a lombalgia, lombociatalgia, dorsalgia, cervicalgia, etc. Na maioria dos casos,  essa situação já existe há  algum  tempo    mas encontram-se  “silenciosas”, e, ao mudar a temperatura, ou após o esforço, ou mesmo após um trauma,  elas resolvem incomodar.  
É o corpo nos dizendo: pare, observe, algo não está bem.
Talvez muitos de vocês já tenham passado  por uma situação parecida mas, alguma vez, você já se perguntou porque? Porque adquirimos essas alterações estruturais? Porque essas dores aparecem de uma hora para outra e, muitas vezes,  sem nenhuma alteração estrutural? Porque, muitas vezes, temos uma vida regrada e, mesmo assim, aparecem certos sintomas?

Dentro da Medicina Oriental, há um mecanismo que pode esclarecer algumas dessas dúvidas. Os bloqueios energéticos causados por fatores internos ou externos, que interferem no fluxo natural de energia(Qi),  podem desencadear esses sinais e sintomas de forma aguda  e, se não tratados, podem piorar a situação até a cronificação.
No blog do grupo ser natural, você poderá aprofundar-se mais sobre esse assunto.

No  post anterior,  falei um pouco sobre a influência das estações do ano  nos ciclos naturais  das energias yin e yang  de cada órgão. 



O inverno está relacionado  com a energia Yin, com os  Rins e Bexiga,  também às águas e ao sentimento do medo.
Você pode estar se perguntando agora; qual a relação entre as dores nas costas e os rins? Ou qual a relação das dores nos joelhos e o medo?  Existe alguma relação entre a perda auditiva e os rins? Minha queda de cabelo está relacionada somente ao estresse? 
Dentro da Medicina Chinesa, se a energia(Qi) de um determinado órgão ou víscera estiver fisiologicamente alterada(deficiência ou excesso), pode desencadear alguns desses processos.



Se  observamos o trajeto do meridiano do Rim podemos verificar  que eles passam por várias estruturas corporais: pés, tornozelos, joelhos, coxa, internamente nutre genitais, rins e bexiga, ainda pulmão e garganta, rege também os ossos, a medula óssea, genitais, ouvidos, cabelos.


Já o meridiano da Bexiga, inicia seu trajeto nos pés, passando por todo trajeto das pernas posteriores, coluna vertebral, cabeça, alcançando o seu último ponto junto as sobrancelhas.
Sabendo destas correlações, podemos compreender melhor o  por quê das perguntas acima:    quando há uma estagnação de energia (Qi)  no meridiano da bexiga há reflexo, por exemplo, na lombar, já que esse meridiano passa por toda coluna vertebral. Praticamente, todas as doenças dos ossos estão de certa forma associadas com a diminuição da energia do rim e da bexiga. 
É o grupo das artroses, das artrites, das osteoporoses e que, normalmente,  vêm acompanhadas de outras doenças, já que o distúrbio energético de um órgão pode refletir em outro,  aí teremos associados as hipertensões, diabetes entre entre outras.

O que fazer, então? Como podemos amenizar esses sintomas e melhorar a condição fisiológica do organismo? Harmonizando-a.
Existem várias formas de promovermos isso, entre eles a prevenção. Nessa estação;  sendo o inverno uma estação fria, devemos aproveitar o benefício da mesma para fortalecer a energia do rim, principalmente através do repouso.

Falaremos mais detalhadamente desse assunto no próximo post.
Até mais.

Por Mirian Ilda da Silva



quarta-feira, 1 de julho de 2015

A importância dos sintomas. O inverno e seus sintomas. Parte 1

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Em nossa prática clinica diária, observamos alguns aspectos com relação aos  sintomas que aparecem em maiores escalas em uma determinada época do ano, devido a mudanças de tempos e o próprio ciclo natural das atividades fisiológicas: epidemias sazonais de inverno(gripes, meningite, maior prevalência de dores articulares) ou no verão devido a altas temperaturas (diarreias), ainda no outono com toda a secura da estação (problemas das vias respiratórias e alergias) e ainda na primavera, devido a maior atividade física (lesões ligamentares, enxaquecas, tonturas).

A Medicina Tradicional Chinesa nos ensina que somos parte integrante da natureza e, portanto, devemos observá-la como um grande instrumento de ensinamento. Baseia-se, entre outras,  em uma das teorias mais antigas do planeta: a teoria dos 5 elementos, onde há uma inter-relação dos mesmos e dos órgãos e vísceras relacionados a cada um desses.




Você já observou o percurso natural de uma árvore durante o ano todo? Como é seu comportamento, suas folhagens, seus frutos, suas necessidades básicas?


Se a árvore possuiu comportamentos diferentes durante o ano todo e, considerando que somos parte integrante da natureza, porque seria diferente conosco?
Partindo desse princípio, resolvi escrever um pouco sobre os ciclos da natureza e o funcionamento de nosso organismo. Esses ciclos das estações do ano exercem forças Yin e Yang sobre a terra e, consequentemente, sobre nós.

A estação que antecede o inverno é o  Outono, relacionada ao elemento Metal. Durante essa fase a energia começa a se condensar, a contrair-se, volta-se para dentro para se acumular e armazenar. Nesta fase as folhas caem e libertamos tudo que já está gasto. É momento de desapegar-se daquilo que não serve mais, afim de adquirimos força  para passar o inverno com tranquilidade, sem as chamadas doenças da estação. 


Por exemplo, o inverno está associado ao elemento água e a força Yin, é tempo de descanso, de quietude onde a energia deve ser poupada, recolhida, conservada e armazenada. Escure mais cedo e amanhece mais tarde. O ideal seria nos recolhermos  mais cedo para dormir e acordar mais tarde, porém, com a vida corrida e os compromissos diários não obedecemos esse ciclo, mas podemos tomar algumas outras precauções reforçando a alimentação, nos agasalhando bem, etc. Falaremos disso nas próximas postagens.

Já a próxima estação, a primavera,   está associada ao elemento Madeira, e em seu  novo estágio, há a energia Yang atuando,  onde é época de novas sementes que se preparam para brotar.  A fase da Madeira é expansiva, alegre e explosiva. Está associado ao vigor, ao crescimento e ao desenvolvimento.





 O Verão está associado ao elemento Fogo, rege a comunicação e interação com as pessoas. Há uma certa euforia no verão, e dizemos que estamos no mais algo Yang. É hora de colher as sementes plantadas na primavera, usufruir dessa energia com  estabilidade emocional e física.

Tal como a árvore, as pessoas também desabrocham nesta época: é hora de desfrutarem dos prazeres da estação, permitindo que a alegria irradie e o calor humano se expanda através da comunicabilidade.

Dentro da filosofia oriental, existe ainda uma quinta estação, associada ao elemento terra. No final do verão chega o momento de interlúdio, de perfeito equilíbrio quando a energia do fogo diminui, transformando-se em energia de terra, nem muito Yin e nem muito Yang. Há uma harmonia nesse ciclo, trazendo uma sensação de bem estar e plenitude. Podemos dizer que estamos "centrado", no "centro", em equilíbrio. 

Na verdade, dizemos que essa quinta estação ocorre entre a mudança de uma estação e outra, sempre haverá um momento de interlúdio entre as estações.

Agora vejamos esse ciclo de uma outra forma:  o Outono, dentro da Medicina Chinesa está associada ao Pulmão e Intestino Grosso,  esses estão relacionados as vias respiratórias, pele, eliminações de toxinas. O Outono é a estação da introspecção e da meditação, hora de reciclar os sentimentos antigos, apegos externos e o excesso de emoções adquiridas durante o verão.
Se resistirmos a esta energia e ficarmos aprisionados ao passado, podemos criar estados de melancolia, de tristeza e depressão, que se manifestarão em dores nas costas, dificuldades respiratórias, problemas de pele e diminuição do sistema imunológico(resistência).
Se passarmos para a outra estação com todo esse acúmulo, certamente os sintomas persistirão e se agravarão, pois o Inverno pede um novo ciclo. Após o desapego, a próxima estação pede momentos de quietude e repouso “manter-se frio” afim  de fortalecermos a energia da água, que está ligado a força de vontade e a coragem. Em desequilíbrio, encontraremos quadros de apatia, fraqueza e cansaço que, consequentemente, não nos dará força para enfrentar a próxima estação.

Se mantivermos esse equilíbrio do inverno, essa vontade e coragem se transformará  em expansão, dando vazão a novos projetos e sua concretização. Ao  bloquearmos essa energia, criaremos sentimentos de frustração, raiva, ciúme e estagnação, acompanhados de sintomas como enxaqueca, cefaleias, etc.

Já o verão chega com toda a sua força, onde poderemos usufruir de todo o processo construído ao longo do ciclo. Está na hora da colheita e da inter-relação pessoal,  como se o processo estivesse concluído e, por merecimento, usufruirmos com toda plenitude. Para, mais uma vez, iniciarmos um novo ciclo.

Olhando por esse lado, conseguimos entender como a natureza é sábia, cabe a nós observarmos o seu ciclo e incluirmos em nossas vidas esse sistema tão inteligente de manifestação. Assim é dentro da Medicina Tradicional Chinesa, em sua sabedoria milenar, desapegando do que não nos serve mais, arando o terreno para novas sementes, deixando que essas brotem para colhermos o seu fruto, tudo em seu tempo natural, respeitando o seu tempo e sua essência. Desta forma, sendo todos merecedores desfrutaremos com plenitude das nossas conquistas.

Vamos aproveitar essa nova estação, onde o tempo é propício para o recolhimento, para observar como andam nossos sentimentos, nosso corpo físico, nossas necessidades emocionais. Meditem, tomem um chá bem quentinho, aproveite o aconchego do edredom e faça uma  grande descoberta: em que ciclo da vida você se encontra. 

No próximo post falaremos sobre os sintomas prevalentes dessa estação. Até mais.