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A Medicina Tradicional Chinesa nos
ensina que somos parte integrante da natureza e, portanto, devemos observá-la
como um grande instrumento de ensinamento. Baseia-se, entre outras, em uma das teorias mais antigas do planeta: a
teoria dos 5 elementos, onde há uma inter-relação dos mesmos e dos órgãos e
vísceras relacionados a cada um desses.
Você já observou o percurso natural de uma
árvore durante o ano todo? Como é seu comportamento, suas folhagens, seus
frutos, suas necessidades básicas?
Se
a árvore possuiu comportamentos diferentes durante o ano todo e, considerando
que somos parte integrante da natureza, porque seria diferente conosco?
Partindo
desse princípio, resolvi escrever um pouco sobre os ciclos da natureza e o
funcionamento de nosso organismo. Esses
ciclos das estações do ano exercem forças Yin e Yang sobre a terra e,
consequentemente, sobre nós.
A estação que antecede o inverno é o Outono, relacionada ao elemento Metal. Durante
essa fase a energia começa a se condensar, a contrair-se, volta-se para dentro
para se acumular e armazenar. Nesta fase as folhas caem e libertamos tudo que já
está gasto. É momento de desapegar-se daquilo que não serve mais, afim de adquirimos força para passar o inverno com tranquilidade, sem as chamadas doenças da estação.

Já a próxima estação, a primavera, está
associada ao elemento Madeira, e em seu novo estágio, há a energia Yang atuando, onde é época de novas sementes que se preparam
para brotar. A fase da Madeira é
expansiva, alegre e explosiva. Está associado ao vigor, ao crescimento e ao
desenvolvimento.
O Verão está associado ao elemento Fogo, rege
a comunicação e interação com as pessoas. Há uma certa euforia no verão, e
dizemos que estamos no mais algo Yang. É hora de colher as sementes plantadas
na primavera, usufruir dessa energia com estabilidade emocional e física.
Tal
como a árvore, as pessoas também desabrocham nesta época: é hora de desfrutarem
dos prazeres da estação, permitindo que a alegria irradie e o calor humano se
expanda através da comunicabilidade.
Dentro
da filosofia oriental, existe ainda uma quinta estação, associada ao elemento
terra. No final do verão chega o momento de interlúdio, de perfeito equilíbrio
quando a energia do fogo diminui, transformando-se em energia de terra, nem
muito Yin e nem muito Yang. Há uma harmonia nesse ciclo, trazendo uma sensação de
bem estar e plenitude. Podemos dizer que estamos "centrado", no "centro", em equilíbrio.
Na
verdade, dizemos que essa quinta estação ocorre entre a mudança de uma estação
e outra, sempre haverá um momento de interlúdio entre as estações.

Se
resistirmos a esta energia e ficarmos aprisionados ao passado, podemos criar
estados de melancolia, de tristeza e depressão, que se manifestarão em dores
nas costas, dificuldades respiratórias, problemas de pele e diminuição do
sistema imunológico(resistência).
Se
passarmos para a outra estação com todo esse acúmulo, certamente os sintomas
persistirão e se agravarão, pois o Inverno pede um novo ciclo. Após o desapego,
a próxima estação pede momentos de quietude e repouso “manter-se frio” afim de fortalecermos a energia da água, que está
ligado a força de vontade e a coragem. Em desequilíbrio, encontraremos quadros de apatia, fraqueza e cansaço que, consequentemente, não nos dará força para enfrentar a próxima estação.
Se mantivermos esse equilíbrio do inverno, essa vontade e coragem se transformará em expansão, dando
vazão a novos projetos e sua concretização. Ao bloquearmos essa energia, criaremos sentimentos de frustração, raiva, ciúme e
estagnação, acompanhados de sintomas como enxaqueca, cefaleias, etc.
Já
o verão chega com toda a sua força, onde poderemos usufruir de todo o processo
construído ao longo do ciclo. Está na hora da colheita e da inter-relação
pessoal, como se o processo estivesse
concluído e, por merecimento, usufruirmos com toda plenitude. Para,
mais uma vez, iniciarmos um novo ciclo.

Vamos
aproveitar essa nova estação, onde o tempo é propício para o recolhimento, para
observar como andam nossos sentimentos, nosso corpo físico, nossas necessidades
emocionais. Meditem, tomem um chá bem quentinho, aproveite o aconchego do
edredom e faça uma grande descoberta: em que ciclo da vida você se encontra.
No
próximo post falaremos sobre os sintomas prevalentes dessa estação. Até mais.
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