quinta-feira, 9 de julho de 2015

A importância dos sintomas. Prevalência das dores articulares e a sua relação com o inverno. Parte 2



  
Quando nos referimos as  doenças que prevalecem no inverno, pensamos logo nos vírus da gripe e inflamações das vias respiratórias. Mas, na prática clínica, existem outros problemas que aparecem com muita frequência no inverno e, muitas vezes,  nem associamos uma coisa com a outra; por exemplo,   ouço muitas queixas de pacientes  dizendo: eu estava tão bem, foi só mudar o tempo que as minhas dores pioraram. Normalmente dores articulares; joelhos, tornozelos, coluna lombar.
Na anamnese de rotina(avaliação) muitas vezes deparamos com  laudos que relatam existência de alterações estruturais: hérnia de disco, abaulamentos de vértebra,  estenose de coluna, espondilolistese, osteófitos(bicos de papagaio), artrose de joelho, e mesmo as alterações posturais, causadas por desequilíbrios musculares, que acabam por desencadear a lombalgia, lombociatalgia, dorsalgia, cervicalgia, etc. Na maioria dos casos,  essa situação já existe há  algum  tempo    mas encontram-se  “silenciosas”, e, ao mudar a temperatura, ou após o esforço, ou mesmo após um trauma,  elas resolvem incomodar.  
É o corpo nos dizendo: pare, observe, algo não está bem.
Talvez muitos de vocês já tenham passado  por uma situação parecida mas, alguma vez, você já se perguntou porque? Porque adquirimos essas alterações estruturais? Porque essas dores aparecem de uma hora para outra e, muitas vezes,  sem nenhuma alteração estrutural? Porque, muitas vezes, temos uma vida regrada e, mesmo assim, aparecem certos sintomas?

Dentro da Medicina Oriental, há um mecanismo que pode esclarecer algumas dessas dúvidas. Os bloqueios energéticos causados por fatores internos ou externos, que interferem no fluxo natural de energia(Qi),  podem desencadear esses sinais e sintomas de forma aguda  e, se não tratados, podem piorar a situação até a cronificação.
No blog do grupo ser natural, você poderá aprofundar-se mais sobre esse assunto.

No  post anterior,  falei um pouco sobre a influência das estações do ano  nos ciclos naturais  das energias yin e yang  de cada órgão. 



O inverno está relacionado  com a energia Yin, com os  Rins e Bexiga,  também às águas e ao sentimento do medo.
Você pode estar se perguntando agora; qual a relação entre as dores nas costas e os rins? Ou qual a relação das dores nos joelhos e o medo?  Existe alguma relação entre a perda auditiva e os rins? Minha queda de cabelo está relacionada somente ao estresse? 
Dentro da Medicina Chinesa, se a energia(Qi) de um determinado órgão ou víscera estiver fisiologicamente alterada(deficiência ou excesso), pode desencadear alguns desses processos.



Se  observamos o trajeto do meridiano do Rim podemos verificar  que eles passam por várias estruturas corporais: pés, tornozelos, joelhos, coxa, internamente nutre genitais, rins e bexiga, ainda pulmão e garganta, rege também os ossos, a medula óssea, genitais, ouvidos, cabelos.


Já o meridiano da Bexiga, inicia seu trajeto nos pés, passando por todo trajeto das pernas posteriores, coluna vertebral, cabeça, alcançando o seu último ponto junto as sobrancelhas.
Sabendo destas correlações, podemos compreender melhor o  por quê das perguntas acima:    quando há uma estagnação de energia (Qi)  no meridiano da bexiga há reflexo, por exemplo, na lombar, já que esse meridiano passa por toda coluna vertebral. Praticamente, todas as doenças dos ossos estão de certa forma associadas com a diminuição da energia do rim e da bexiga. 
É o grupo das artroses, das artrites, das osteoporoses e que, normalmente,  vêm acompanhadas de outras doenças, já que o distúrbio energético de um órgão pode refletir em outro,  aí teremos associados as hipertensões, diabetes entre entre outras.

O que fazer, então? Como podemos amenizar esses sintomas e melhorar a condição fisiológica do organismo? Harmonizando-a.
Existem várias formas de promovermos isso, entre eles a prevenção. Nessa estação;  sendo o inverno uma estação fria, devemos aproveitar o benefício da mesma para fortalecer a energia do rim, principalmente através do repouso.

Falaremos mais detalhadamente desse assunto no próximo post.
Até mais.

Por Mirian Ilda da Silva



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