b) Despersonalização(distanciamento
afetivo)

Esse sintoma pode apresentar-se
isoladamente ou associado a outros transtornos de personalidade (bipolar,
esquizofrenia, mudanças comportamentais
pós estresse traumático e ataques de pânico).
“ Já não me reconheço, me olho no espelho mas vejo uma outra pessoa, isso tem acontecido com frequência, é como se alguém olhasse para mim e falasse: quem é você? Venho me sentindo assim desde o dia que fui traído, achava que tudo era perfeito, que minhas atitudes eram as melhores possíveis, de repente, me vi diante de uma situação que não sabia lidar. Não sabia mais quem eu era e o que eu estava fazendo aqui na terra. Tive vontade de morrer...”
É comum pessoas que estão passando pela situação de despersonalização
falarem dessa forma, acham até mesmo que estão deprimidos, mas a ansiedade é a
grande vilã. Normalmente não conseguem mais viver o momento presente, ficam
presas ao passado ou idealizando o futuro.
Seus conflitos internos tornam-se
insuportáveis, há uma dose exagerada de emoção diante do problema real. A
pessoa confunde realidade com ilusão, e cria uma situação de conflito entre a
situação verdadeira e a sua mente criativa.
... sou obrigada a conviver com ela,
trabalhamos no mesmo setor, mas sempre me sinto mal, sempre que ela chega
perto, é como se eu me sentisse desgastada...
... é como seu eu ficasse totalmente
apática, a simples presença da minha
sogra em minha casa, falando o que devo
ou não devo fazer, me irrita, mas não falo nada em respeito ao meu marido....
A despersonalização está muito
relacionada a indivíduos competitivos, esforçados, impacientes, com
excessiva necessidade de controle das situações, dificuldade em tolerar
frustrações.

Perfeccionistas, são bastante
exigentes consigo mesmo e com os outros, não tolerando erros e dificilmente se
satisfazendo com os resultados das tarefas realizadas, decepcionam-se
facilmente.
Sinais que caracterizam a
despersonalização ou exaustão emocional ou síndrome de Burnott:
- Necessidade de se afirmar ou provar ser sempre capaz; dedicação intensificada e imediatista,
- Descaso com necessidades pessoais básicas como comer, dormir, sair com amigos,
- Não enfrentamento dos problemas, mesmo quando há percepção de algo errado,
- Isolamento, recolhimento e aversão a atividades sociais,
- Fuga dos conflitos, desvalorização de coisas que antes tinham valores; lazer, casa, amigos,
- Dedicação maior ao trabalho do que qualquer outra coisa,
- Desvalorização de outras pessoas, começam a achar que os outros são incapazes e que possuem desempenho abaixo do que o seu,
- Supervalorização de si,
- Contatos sociais cínicos e agressivos,
- Mudanças evidentes de comportamento (dificuldade de aceitar certas brincadeiras com bom senso e bom humor), evita diálogos pessoais e dão preferência aos e-mails, mensagens, recados,
- Vazio interior e sensação de que tudo é complicado, difícil e desgastante,
- Sinais de depressão (marcas de indiferença, desesperança, exaustão, a vida perde o sentido),
- Síndrome do esgotamento profissional com colapso físico e mental, esse é o último estágio, considerado emergencial e necessidade de ajuda médica e psicológica.
Como pudemos observar, a exaustão é um sinal de que algo vai mal, ou
seja, um sintoma e não necessariamente
uma doença instalada.
Pode ser revertida com alguns
cuidados; primeiro a conscientização de que é uma fase e está muito
relacionada com a ansiedade, com nosso apego ao passado e nossas expectativas
do futuro.
No próximo post; Exaustão, do normal ao patológico. Como amenizar os sintomas. Parte 3, iremos dar algumas dicas de como amenizar o sofrimento, oriundo da exaustão, através das terapias naturais.
Por Mirian Ilda da Silva
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