O Sono normal.

O ser humano passa cerca de um terço
de sua vida dormindo, isso por si só já demonstra como o sono é importante para
a nossa existência.
Durante o sono ocorrem vários
processos metabólicos que, se alterados, podem afetar o equilíbrio de todo o
organismo a curto, médio e mesmo a longo prazo. Quem dorme menos do que o
necessário tem menos vigor físico, envelhece mais precocemente, está mais propenso
a infecções, obesidade e hipertensão e ao diabetes.
Não há um consenso geral quanto a
exatidão sobre a função do sono, mas várias teorias indicam que ele age na
conservação de energia, na termoregulação(termômetro corporal), no metabolismo
anabólico, na restauração tecidual, melhora a memória e o aprendizado.
O sono normal é dividido em 4 fases,
sendo a 1 e 2 relacionadas ao relaxamento do tônus muscular e diminuição das
ondas cerebrais, antecede o sono profundo, que está relacionado com a fase REM,
onde há liberação de certos hormônios(entre eles leptina e GH, envolvidos no
processo de crescimento e controle da sensação de saciedade, respectivamente).
Ainda nas primeiras fases do sono, há liberação da melatonina, associado
ao reconhecimento da escuridão, onde se inicia o chamado sono-vigília.
O sono é coordenado pela melatonina, é produzida por uma glândula(pineal) localizada no meio do cérebro, e
é a chave do “relógio interno” que nos faz dormir e acordar em ciclos de 24
horas. É um mecanismo da natureza para adaptar
os seres vivos ao ritmo do Sol. Ao cair
da noite, escurecendo, o organismo começa a liberar mais melatonina, e
começamos a sentir a tal sonolência, que antecede o sono profundo. De manhã, quando já está claro, o nível de
melatonina cai, e acordamos.
Sendo assim, quando o indivíduo não
possui um sono produtivo, alteram-se o desempenho das funções orgânicas,
ficando mais propenso a uma vida menos saudável e as doenças.
A insônia
A insônia é um sintoma que pode ser definido como uma dificuldade em
iniciar e/ou manter o sono, presença de sono não reparador, ou seja,
insuficiente para manter uma boa qualidade de alerta e bem estar físico e
mental durante o dia, com comprometimento do consequente desempenho das
atividades diurnas.
Por que isso acontece?
Há um ciclo observado nos insones;
aumento da irritabilidade, maior agitação mental, o foco fica comprometido,
isso, segundo a visão da Medicina Tradicional Chinesa(MTC) está relacionado a
má qualidade do QI(energia) do XUE(sangue), com isso, há uma diminuição no
gerenciamento correto das emoções. Esses são os primeiros sinais de que a
insônia está se instalando.
Você pode acessar o link do grupo ser natural: gruposernatural.blogspot.com/2014/09/sangue-e-os-florais-de-bach-voce.. e encontrará maiores detalhes sobre a relação do sangue e a saúde mental, na
visão oriental.
O sono
exige de nós total confiança e submissão, uma entrega diária. Não somos muito
acostumados a nos desligarmos do intelecto. Quando se trata de relaxar, somos
acometidos pelo medo, por inseguranças, por preconceitos, etc.
Existem
pessoas que acham que dormindo mais do que 5 horas por dia estarão
desperdiçando a sua vida, outras que serão
taxadas de preguiçosas.
Esquecemos que o corpo humano possui
um ciclo natural para sobrevivência, apesar de conseguir se adaptar às
mudanças. Mas, se essas mudanças não são encaradas com naturalidade e o
estresse se instala de forma excessiva, o nosso organismo gera uma reação e, a longo
prazo, pode evoluir para um doença.
Existem pessoas que estão sempre em
hiperatividade, o que aumenta a adrenalina corporal. A adrenalina é uma
substância relacionada ao estresse, ou seja, ela é necessária ao organismo para
que realizemos nossas ações, porém, em excesso, a mesma
se torna nociva, já que aumenta nosso estado de alerta.
Os
insones, normalmente, tem um intelecto (hemisfério esquerdo) muito alerta, é
preciso aprender a se desligar. Tudo o que é monótono, simplesmente, aborrece o
hemisfério esquerdo e faz com que ele abandone o controle.
Todas
as técnicas de meditação usam a lei da monotonia para “desativar” o hemisfério
esquerdo levando-o para o hemisfério direito, ou seja, sai do ativo para o
inativo, do Yang para o Yin.
Quem
sentir dificuldade dessa troca natural deve avaliar o que o pólo dominante
(hemisfério esquerdo, consciência, pensamento) está omitindo e o que ele quer
dizer, no seu íntimo. Ai está o sintoma, aparecendo para nos despertar para o
nosso eu mais verdadeiro.
"Aconteceu mais ou menos há 5
anos quando perdi meu emprego e me vi em uma situação desesperadora. Quando
percebi, os pensamentos repetitivos estavam me atormentando, parecia um disco
riscado, achava que nada mais ia dar certo, que não tinha mais condições de me
recolocar, minhas noites eram intermináveis, pois, ao invés de dormir,
ficava imaginando como seria meu futuro".
"Morava com minha mãe, éramos
somente as duas. Ambas tinham um bom sono. Então, ela adoeceu e meu ritmo
começou a se modificar. Ministrava seus remédios de três em três horas, mesmo
durante a noite. Achava que seria uma situação passageira, e que logo meu sono
se normalizaria. Enfim, ela morreu já fazem 10 anos e continuo tendo problemas
para dormir, além de ter diagnóstico de fibromialgia. Nunca mais me adaptei ao
meu novo estilo de vida solitária."
Muitos de nós já ouvimos relatos como
esse, ou mesmo passamos pela mesma situação, mas quase nunca associamos a
insônia a um episódio específico de nossas vidas, não conseguimos identificar
quando, onde e como começou. Mas porque será que duas pessoas que já
passaram pela mesma situação reagem diferentemente, uma precipitando-se à
insônia e a outra não?
Na medicina oriental deparamos com um
texto que cita ..."o sono se origina do Yin e é governado pela Mente. O
sono vem de uma mente tranquila e a insônia de uma intranquilidade da
Mente".
É comum colocarmos a culpa por uma noite mal dormida no
colchão, já ouvimos a expressão ...”meu colchão parece que tem espinhos”... Mas
será mesmo o colchão que está com espinhos, não será seu pensamento que vive te
cutucando? Sim, é mais fácil direcionarmos a causa do nosso mal a fatos externos ou a terceiros do
que parar para analisar os motivos reais que o levaram a ter uma noite
terrível.
Em relação ao envelhecimento, isso é
um fato. Realmente, com o passar dos
anos temos uma diminuição da melatonina em nosso organismo, e é comum ouvirmos pessoas mais idosas dando
esse relato. É um processo fisiológico, ou seja, nosso organismo sofre perdas com o passar dos
anos. Porém, na maioria das vezes, os relatos são externos e não internos ou
orgânicos.
Perguntas simples podem nos fazer
descobrir coisas incríveis sobre nossos sintomas... estou satisfeita com meu
trabalho? Minha vida está indo de acordo com os meus objetivos? Vivo da maneira
que gosto, ou sou induzida a viver segundo certos padrões? Como anda
minha alimentação? Ingiro substâncias que prejudicam o meu sono? Estou fazendo
a higiene do sono como deveria?
Esquecemos que nascemos com nossa
própria essência, uma característica individual, porém, durante nossa evolução,
somos envolvidos por aspectos esteriotipados da sociedade moderna, da mídia, da
imagem corporal perfeita, e esquecemos o verdadeiro caminho da felicidade.
Paramos de nos observar para observar
o outro. Sentimos insatisfação, dia após dia, mas não paramos para fazer o invisível tornar-se visível. Mesmo que isso
não seja agradável, reconhecer os nossos pontos negativos é um caminho para a
verdadeira recuperação, caso contrário, nossas resistências e nossas rejeições
em nos aprofundarmo-nos naquilo que parece ser somente um mal estar,
futuramente, poderão
transformar-se em doenças. Só a observação pode nos tornar conscientes.
Lembra da história da tela e do
pintor, no primeiro post? Então, não está na hora de pintarmos o nosso corpo
com uma história diferente, onde teremos a manifestação sim de coisas saudáveis
e alegres, como um sorriso no rosto, um olhar caridoso, um coração tranquilo
para abrigar a nossa mente descansada, nunca é tarde para repintarmos a
história de nossa vida.
No próximo post daremos dicas de como
fazer isso.
Até a próxima.
Mirian Ilda da Silva
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