quarta-feira, 1 de abril de 2015

A Importância dos sintomas. A sombra e a depressão. Parte 1.




Hoje, assistindo um programa de televisão, um dos  temas  era sobre a  depressão, mais especificamente o caso do co-piloto que derrubou o avião com mais de 150 pessoas e estava sendo considerado como um indivíduo depressivo. A discussão era: seria ou não possível identificar uma pessoa depressiva? Quais os indicativos que nos fazem perceber que isso está acontecendo?  Uma pessoa depressiva realmente pode chegar a esse ponto?




Observe bem essa cena... você consegue  imaginar o que está para acontecer? Você, sem saber exatamente o que a garotinha pretende,   já a julgou e a condenou? Já concluiu que ela é uma pestinha e merece ser castigada?
Em algum momento você pensou que a garotinha em questão está com muita raiva e precisa expressar o seu sentimento, caso contrário irá entrar em conflito com a sua própria natureza e desenvolver sintomas como dor de estômago, dor de cabeça, sentimentos de tristeza, angústia e ansiedade?
Já citamos, em outros posts, como um sintoma pode ser importante na busca da cura, mas nunca é demais falar sobre o assunto.
Todo sintoma tem um conteúdo psíquico e se manifesta através do corpo, este usa formas de expressão diferentes para torná-los visíveis e palpáveis, porém, a verdadeira experiência do sintoma acontece dentro de nossa consciência, quer se trate de uma tristeza ou de um ferimento, não seria diferente com os sintomas que envolvem a depressão.  

 

Vocês podem estar se questionando agora; mas como assim, como a minha consciência está relacionada com o meu sintoma? Como algo que acontece no meu corpo pode vir da minha mente? Isso é só minha imaginação, ou será que está realmente acontecendo?  Chamamos isso de sombra. 

Para Carl Gustav Jung, um dos mestres da psicologia, a sombra refere-se ao nosso ego mais sombrio, ou seja, aquilo em nós que não aceitamos e insistimos em renegar, deixando “embaixo do tapete” para que ninguém veja. O problema é que um dia, mais cedo ou mais tarde, essa sujeira toda começa a aparecer e, então, não sabemos o que fazer com ela.
Achamos que a tal “sujeira” não é nossa, ou não faz parte da nossa personalidade e para escondê-la, de nós mesmos ou dos outros,  as vezes,  adotamos comportamentos diferentes do nosso verdadeiro EU ou Eu espiritual. 



Encontramos várias maneiras de dizer que não somos nós que fizemos ou agimos assim, tentamos justificar dizendo ... “não sei por que eu fiz isso, não é de mim” ou ainda... “ eu não sou assim, fulano é quem é”.   A sombra, geralmente, é aquele aspecto negado por nós que projetamos em outra pessoa, e insistimos em dizer que não somos iguais a ela.  Também faz parte no nosso ser, mas insistimos em dizer que não.
O     ser humano, como ser pensante, tem em sua essência a necessidade de desenvolvimento e crescimento pessoal e    renega os aspectos mais primitivos nele existente(a sua sombra), consciente ou inconscientemente, por não aceitar a imperfeição.  Diferentemente da criança que a manifesta, independente do local ou a pessoa que esteja ao seu lado, a não ser que seja reprimida.

Tornar essa sombra visível certamente nos permitirá lidar melhor com os    nossos problemas, através dela podemos fazer um trabalho importante de autoconhecimento, trazendo o interior para o exterior como forma de aprimorar a nossa capacidade como ser humano.

Em um primeiro momento você pode estar achando tudo isso muito confuso, e realmente o é. Quando não conseguimos entender porque nos comportamos dessa ou daquela maneira, tudo realmente se torna muito obscuro, podemos entrar em um estado de tristeza, melancolia, apatia que, a    longo prazo, pode ser diagnosticado como depressão.

Lembra     da foto acima onde a garotinha, possivelmente dócil no dia-a-dia, adota uma postura contrária a sua personalidade e resolve usar o estilingue para matar passarinhos, então, é o lado “sombra” da sua personalidade se manifestando.  Se ninguém a criticar (inclusive ela mesma), tudo pode transcorrer com muita naturalidade e não afetar a sua personalidade em desenvolvimento, porém, se alguém ou ela mesma não aceitar isso como parte do seu ser (mais primitivo) e começar a se auto punir (autosabotagem)    por causa dessa atitude “cruel”  pode desenvolver alguns sintomas como culpa, tristeza, sentimento de inadequação,   características do início da depressão. 

A depressão tem sido um tema muito discutido na atualidade,     com alguns aspectos elucidativos e outros confusos. São vários conceitos sobre a depressão, vários pontos de vista, do aspecto social, científico e psicológico.

Vejo alguns de meus pacientes sendo diagnosticados como depressivos, tomando medicamentos para tal, quando, na verdade, estão somente tristes, ou melancólicos. 

Você saberia perceber a diferença entre tristeza, melancolia e depressão, transtornos mentais, esquizofrenia?.
Esse tem sido nosso objetivo, elucidar e buscar esclarecer assuntos do nosso cotidiano, dentro da visão ocidental, oriental e holística.
No próximo post; A importância dos sintomas.  Parte 2, abordaremos o que é a depressão.

Até mais,

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