Hoje, assistindo um programa
de televisão, um dos temas era sobre a depressão, mais especificamente o caso do co-piloto
que derrubou o avião com mais de 150 pessoas e estava sendo considerado como um indivíduo depressivo. A discussão era: seria ou não
possível identificar uma pessoa depressiva? Quais os indicativos que nos fazem
perceber que isso está acontecendo? Uma
pessoa depressiva realmente pode chegar a esse ponto?
Observe bem essa cena... você consegue imaginar o que está para acontecer? Você, sem
saber exatamente o que a garotinha pretende, já a
julgou e a condenou? Já concluiu que ela é uma pestinha e merece ser castigada?
Em algum momento você pensou
que a garotinha em questão está com muita raiva e precisa expressar o seu
sentimento, caso contrário irá entrar em conflito com a sua própria natureza e
desenvolver sintomas como dor de estômago, dor de cabeça, sentimentos de
tristeza, angústia e ansiedade?
Já citamos, em outros posts,
como um sintoma pode ser importante na busca da cura, mas nunca é demais falar
sobre o assunto.
Todo sintoma tem um conteúdo
psíquico e se manifesta através do corpo, este usa formas de expressão
diferentes para torná-los visíveis e palpáveis, porém, a verdadeira experiência
do sintoma acontece dentro de nossa consciência, quer se trate de uma tristeza
ou de um ferimento, não seria diferente com os sintomas que envolvem a
depressão.
Vocês
podem estar se questionando agora; mas como assim, como a minha consciência
está relacionada com o meu sintoma? Como algo que acontece no meu corpo pode
vir da minha mente? Isso é só minha imaginação, ou será que está realmente
acontecendo? Chamamos isso de sombra.
Para Carl Gustav Jung, um
dos mestres da psicologia, a sombra refere-se ao nosso ego mais sombrio, ou
seja, aquilo em nós que não aceitamos e
insistimos em renegar, deixando “embaixo do tapete” para que ninguém veja. O
problema é que um dia, mais cedo ou mais tarde, essa sujeira toda começa a
aparecer e, então, não sabemos o que fazer com ela.
Achamos
que a tal “sujeira” não é nossa, ou não faz parte da nossa personalidade e para
escondê-la, de nós mesmos ou dos outros, as vezes, adotamos comportamentos diferentes do nosso verdadeiro EU ou Eu espiritual.

O ser
humano, como ser pensante, tem em sua essência a necessidade de desenvolvimento
e crescimento pessoal e renega os aspectos mais primitivos nele
existente(a sua sombra), consciente ou inconscientemente, por não aceitar a
imperfeição. Diferentemente da criança
que a manifesta, independente do local ou a pessoa que esteja ao seu lado, a
não ser que seja reprimida.

Em um primeiro momento você
pode estar achando tudo isso muito confuso, e realmente o é. Quando não
conseguimos entender porque nos comportamos dessa ou daquela maneira, tudo
realmente se torna muito obscuro, podemos entrar em um estado de tristeza,
melancolia, apatia que, a longo prazo, pode ser diagnosticado como depressão.
Lembra da foto
acima onde a garotinha, possivelmente dócil no dia-a-dia, adota uma postura
contrária a sua personalidade e resolve usar o estilingue para matar
passarinhos, então, é o lado “sombra” da sua personalidade se
manifestando. Se ninguém a criticar (inclusive
ela mesma), tudo pode transcorrer com muita naturalidade e não afetar a sua
personalidade em desenvolvimento, porém, se alguém ou ela mesma não aceitar
isso como parte do seu ser (mais primitivo) e começar a se auto punir
(autosabotagem) por causa dessa atitude “cruel” pode desenvolver alguns sintomas como culpa,
tristeza, sentimento de inadequação, características do início da depressão.
A depressão tem sido um tema
muito discutido na atualidade, com
alguns aspectos elucidativos e outros confusos. São vários conceitos sobre a
depressão, vários pontos de vista, do aspecto social, científico e psicológico.
Vejo alguns de meus
pacientes sendo diagnosticados como depressivos, tomando medicamentos para tal,
quando, na verdade, estão somente tristes, ou melancólicos.
Você saberia perceber a
diferença entre tristeza, melancolia e depressão, transtornos mentais, esquizofrenia?.
Esse tem sido nosso
objetivo, elucidar e buscar esclarecer assuntos do nosso cotidiano, dentro da
visão ocidental, oriental e holística.
No próximo post; A
importância dos sintomas. Parte 2,
abordaremos o que é a depressão.
Até mais,
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